Malu Rodrigues dá entrevista ao iG Jovem

Na semana passada, foi publicada uma entrevista com Malu Rodrigues no site iG Jovem.Confira:

Imagem publicada com a matéria: Debora Olivieri e Malu Rodrigues em cena

O pai trabalha no Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e a mãe tem um restaurante. Ninguém, exceto o tio que mora em Nova York, pressionou ou influenciou sua carreira artística. Tudo aconteceu por acaso.

Aos dois anos, por ser uma criança bem bonitinha, Maria Luísa Rodrigues foi selecionada para participar de um especial da Xuxa. A partir daí, interpretou a personagem de Fernanda Lima mais jovem em “Didi Quer Ser Criança”, fez figuração em “Xuxa e os Duendes” e brilhou nos curtas “Atrás dos Olhos de Ressaca” e “Farol de Santo Agostinho”. Nos palcos, substituiu Bruna Marquezine na peça “Cosquinha”, de Heloísa Perissé e Ingrid Guimarães. Novelas e minisséries também recheiam seu currículo. Seus olhos azuis e sotaque carioca bem arrastado já apareceram em “Pé na Jaca”, “Três Irmãs”, “JK” e “O Pequeno Alquimista”.

Wendla, de “O Despertar da Primavera”, é sua primeira protagonista, mas sua voz ecoou em outros musicais, como “Sete”, “A Noviça Rebelde”, “Contos e Cantigas Populares” e “Arca de Noé”. A atriz tentou escapar do dilúvio quando tinha oito anos no Teatro Villa-Lobos, mesmo lugar onde o “Despertar” estava em cartaz no Rio. Por falta de patrocínio, a última apresentação – imperdível! – na capital paulista é neste domingo (2).

iG Jovem: Como você descobriu que sabia cantar?
Malu Rodrigues: Quando eu tinha oito anos, queria participar de um concurso do programa “Gente Inocente”, da Globo, lembra? [risos] E eu teria que saber atuar, dançar e cantar. Eu já dançava, porque eu fiz balé durante oito anos, no Municipal, aqui no Rio. Quando chegou a hora de cantar, pensei: “E agora? Ferrou!” Nunca tinha cantado na vida e era supertímida. Comecei a fazer curso e, depois de quatro aulas, já consegui gravar uma música, que ficou muito afinada por sinal. Eu nem acreditei! Eu ia para a Tijuca toda sexta-feira e pagava 600 reais por mês para ter aulas de canto.


G Jovem: Seiscentos?!
Malu Rodrigues: É, é muito caro ter aulas de canto! Uma só custa 150 reais. Alguns professores cobram menos, mas o preço costuma ser alto mesmo. Eu fui crescendo e mudei de professores, para outros melhores – com técnica mais aperfeiçoada para musical, não tanto para canto popular. Já estou na minha quinta professora, a Ester Elias, e não quero largar dela nunca mais.


iG Jovem: Como você costuma preparar sua voz?


Malu Rodrigues: O Danilo Timm, que faz parte do nosso elenco, aquece nossa voz 15 minutos antes da peça. Aliás, eu também estou tendo aulas com ele agora, porque eu fiquei um tempão sem. Ele também é incrível e mais barato [risos].

iG Jovem: Mas não tem nenhum segredinho?


Malu Rodrigues: Como eu tenho 16 anos e sou menor de idade, eu nem posso ir para a balada. Mas eu nunca fui muito de sair. Quando termina o espetáculo, em vez de ir para a festa com meus amigos, eu peço desculpas e vou para casa dormir. Eu realmente tenho que dormir, porque uma boa noite de sono é essencial para cantar bem. Fora que, na balada, as pessoas fumam, eu acabo respirando aquela fumaça e sou alérgica. E como a música é alta, eu tenho que gritar para conseguir me comunicar. Também procuro não tomar nada gelado, ainda mais porque eu vivo com a garganta inflamada. Ah, e evito comer chocolate porque é derivado do leite, que dá muco na garganta e atrapalha a cantar. Só isso, nada de mais.

iG Jovem: Como surgiu o convite para fazer “O Despertar da Primavera”?


Malu Rodrigues: Meu tio, que mora em Nova York, me deu o CD. Disse que estava fazendo sucesso entre os adolescentes nos EUA e que alguém estava querendo comprar os direitos no Brasil. Eu me apaixonei completamente, porque as músicas são lindas. Quando eu ainda fazia “Noviça”, perguntei para o Charles [Moëller, o diretor] se ele conhecia e comentei que alguém no Brasil queria comprar os direitos. Ele disse: “Que coincidência! Porque sou eu!” [risos] A partir daí, comecei a estudar, procurei partitura, vi vídeos na internet, comprei um livro com todo o texto da peça em inglês já adaptado para o musical. Enfim, foram oito meses respirando o “Despertar”.

iG Jovem: Como foram os testes?

Malu Rodrigues: Primeiro, teve a audição aberta para as pessoas que se inscreveram. Eu participei da audição fechada. No fim, eles juntaram a peneira dos dois testes. Na última fase, nós fizemos o solo de algumas músicas, cantamos em coro e encenamos. Quando eu pedi para fazer o teste da personagem Wendla, o Charles hesitou porque eu sou muito nova, mas pedi para que ele não descartasse essa opção. Ele amou, mas deu problema com os americanos, que me acharam jovem demais. Foi uma guerrinha. Eles conversaram, fiz o teste de novo, passei e foi maravilhoso!


iG Jovem: Vocês ensaiaram por quanto tempo?

Malu Rodrigues: A gente ensaiou durante dois meses. Foram oito semanas e sete horas por dia. Era muito intenso, mas foi incrível!

iG Jovem: Você se intimidou ao saber que a Wendla mostraria os seios?
Malu Rodrigues: Quando eu vi a cena da música “Mama”, eu decidi que queria ser aquela menina, independentemente de ser a protagonista. Depois, eu percebi que a personagem que cantava “Mama” era a mesma que mostrava os seios. Na hora, eu pensei: “Caraca, ferrou!” Mas não por mim, pelo meu pai mesmo. Eu demorei uma semana mais ou menos para mostrar o vídeo e, surpreendentemente, ele disse que não tinha problema nenhum. É uma cena linda e muito poética. Quando me falaram que eu seria mesmo a Wendla, eu já sabia que teria que mostrar meus seios, então foi até tranquilo. Não foi uma surpresa, já estava previsto.

iG Jovem: Você achou difícil fazer a cena? Teve alguma preparação especial?
Malu Rodrigues: Na verdade, não. Foi tão legal e o processo foi tão intenso que eu acabei criando uma intimidade. O diretor disse: “Amanhã a gente vai marcar a cena de sexo, vem com um vestido de botão que abra na frente e um top por baixo”. Ok! Tudo era muito coreografadinho e hoje a gente faz coisas que o Charles não marcou. Dizem que é a cena mais bonita do espetáculo. Eu mesma nunca vi, vou pedir para alguém filmar escondido [risos]. A maior parte da cena são as respirações e a coreografia das mãos e do beijo. Com a intimidade que eu e o Pierre [Baitelli, que interpreta Melchior Gabor] adquirimos, ele perguntou para mim: “Malu, preciso falar uma coisa. Então... Posso chupar seu peito?” Foi muito engraçado! Aí ele disse: “Olha só: um menino de 14 anos, que fica sonhando com as mulheres, não vai abrir o seu vestido e só olhar. Fala sério! Ele vai pegar pelo menos!” Para o público, parece que ele chupa mesmo, mas ele coloca a mão na frente. É mentira! [risos] Com o tempo, os movimentos ficaram mais relaxados.

iG Jovem: Qual é a música do “Despertar” que você mais gosta de cantar?
Malu Rodrigues: Em português, é “Whispering’, aquela que eu canto com uma camisola branca. Até pela versão em português, que ficou dez vezes melhor que a em inglês. A minha segunda é “Mama”, sem dúvida.

A matéria foi de Larissa Drumond.O espetáculo concluiu temporada no último dia 2, em São Paulo.


1 comment

Anônimo | 22 de maio de 2010 às 14:18

Olá Malu! Gostaria de lhe mostrar uma opinião sobre a polêmica da peça de teatro. É uma opinião diferente de quase todas que você poderá escutar, pois tratam-se de palavras que são acolhidas por poucas pessoas. Estou falando das palavras de João Paulo II. O Papa deixou-nos uma catequese que é, no mínimo, perfeita para lançar uma luz sobre essa polêmica. Você é muito jovem, mas é esperta; então sugiro que você leia o livro "Homem e Mulher o criou - catequese sobre o amor humano" (Editora EDUSC). É uma coletânea composta de catequeses do Papa. A leitura é fácil e cada uma das 129 catequeses é bem curtinha, o que torna fácil para a leitura do cotidiano. Existem inclusive, catequeses destinadas especialmente aos artistas. Que Deus lhe abençoe e Nossa Senhora lhe proteja.

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